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Direito à autodeclaração | Jovem negro é barrado pela banca de heteroidentificação da USP

Esse texto critica as bancas de heteroidentificação, pois tiram o direito de autodeclaração dos negros, como foi o caso de Alisson Rodrgues barrado na banca da USP após ter passado para medicina.

segunda-feira 4 de março | 12:45

A realização da banca de heteroidentificação na USP já está no segundo ano e também repete o papel de barrar jovens negros(pardos e pretos) da universidade pública, contestando o direito a autodeclaração.

Se a racialização de imediato serviu para a burguesia colonialista escravizar e cometer atrocidades a população nativas, hoje serve para dividir a classe trabalhadora e seguir lucrando em cima do sangue e suor negro. E no Brasil a identidade negra além de ser reprimida violentamente pela polícia, a burguesia busca também fragmentar a própria população negra.

Uma visão combatida pela tradição do movimento negro no sec. XX no Brasil que é a divisão entre pardos e pretos, parte de seguir com a ideologia do mito da democracia racial levado como política pelo IBGE e propaganda nas mais diversas camadas da população. A questão é que todos nós negros passamos pela experiência opressora de uma sociedade racializada.

Desde a violência policial, somos o “rosto do enquadro” e "quem tem minha cor é ladrão, quem tem de Eric Clapton é cleptomaníaco". Até a relação de repetidas demarcação de inferioridade, por exemplo sermos restringidos em expressar nossas opiniões e ter que ser cordial mesmo que o mundo pratique a maior barbaridade contra nós.

Na USP não é o primeiro caso e nem vai ser último que um jovem negro ser impedido de entrar na “melhor universidade”. A evasão por debilidade de permanência estudantil, a falta de bolsas estudantis, da vida precária no CRUSP, e a pressão psicológica de ser seguir o padrão de excelência é algo que tritura jovens estudantes negros.

A USP quer escolher a dedo os negros que podem sentar na sala de aula como estudante, ao mesmo tempo que trata como objetos descartáveis a massa das trabalhadoras negras que em sua maioria são terceirizadas sem direitos.

A necessidade de destruir essa sociedade racista passa também por destruir as estruturas formais das universidades, unindo estudantes e trabalhadores pelo fim do vestibular (um filtro social e racial) para universalizar a educação superior e na luta por igual trabalho e iguais direito, para que as terceirizadas negras recebam igual efetivos pelo trabalho que já fazem. E que de fato a universidade seja a serviço das necessidades da classe trabalhadora e da juventude.




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