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Conciliação com centrão e extrema direita | Lula negocia ministérios e emendas com Centrão, PP e Republicanos, em compromisso com inimigos dos trabalhadores

Nesta terça-feira (29) Lula anunciou a criação de um novo ministério da pequena, média empresa, das cooperativas e dos empreendedores individuais. Além das negociações sobre os ministérios, também há uma distribuição bilionária de emendas que são parte da ampliação da base do governo entre setores do centrão e da direita que sempre são contra os trabalhadores.

quarta-feira 30 de agosto de 2023 | Edição do dia

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Nas últimas semanas ocorreram encontros entre Lula e Arthur Lira (PP-AL) para negociar os termos da ampliação da base parlamentar do governo entre setores do Centrão que foram parte importante de garantir cada um dos ataques e reformas aprovados desde o golpe institucional. Para governar com esses setores, Lula cria um novo ministério, além de negociar outros que colocarão PP e Republicanos no primeiro escalão do Governo. O Ministério do Desenvolvimento Social também deve ficar com o PP, ainda que o Bolsa Família e o BPC (Benefício de Prestação Continuada) devam seguir sob o comando de Wellington Dias (PT), atual ministro da pasta.

Já o Ministério de Portos e Aeroportos ou o Esporte devem ser assumidos pelo Republicanos, outro partido de direita, inimigo dos trabalhadores, que foi parte da base bolsonarista e de toda a destruição de direitos imposta nos últimos anos. Também está em negociação a Caixa Econômica Federal e a Funasa (Fundação Nacional da Saúde).

Assim, Lula e o PT trilham o mesmo caminho de seus governos anteriores, conciliando com a direita e acomodando setores reacionários no governo com a liberação de 24,5 bilhões de reais em emendas parlamentares, metade do previsto para o ano, que é recorde, 46,2 bilhões. Essas emendas servem para garantir sustentação política do governo no parlamento, que no governo Bolsonaro era o “orçamento secreto”, o velho "toma lá da cá" que marcou todos os governos anteriores no Brasil, inclusive os do PT.

É essa conciliação que abre espaço para a extrema-direita, não é possível enfrentar a direita e todos seus ataques sem independência política em relação a esses setores. O Arcabouço Fiscal, primeiro ataque do atual governo, já contou com votos e elogios desses inimigos do povo explorado e oprimido, e agora com a entrada deles no governo se reafirma o compromisso de Lula com a manutenção das reformas, como da previdência, trabalhista, do Ensino Médio, e também com novos ataques que forem necessários.

É preciso batalhar por uma política independente, construída em cada local de trabalho e estudo, que enfrente toda a herança da direita e também os ataques colocados pelo governo, como o Arcabouço Fiscal, e pela direita no Congresso, como o Marco Temporal, que nesta quarta-feira retorna à pauta do STF. Sem conciliação com nossos inimigos, confiando somente na força organizada da classe trabalhadora junto aos demais setores oprimidos é possível impor que sejam os capitalistas que paguem pela crise.




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