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Barbárie Capitalista | Moradores relatam desespero após Justiça liberar força policial para esvaziar bairros que podem afundar em Maceió

A tragédia capitalista anunciada em Maceió ameaça 14.543 famílias frente ao desmoronamento causado pelo deslocamento de terras. O uso da coerção policial é a contra-cara da negligência dos governos e do estado dos crimes cometidos pela Braskem.

sexta-feira 1º de dezembro de 2023 | Edição do dia

Nesta quarta-feira (29), a Defesa civil de Maceió emitiu alerta para que a população não se aproximasse da laguna Mundaú, local onde se localiza a atividade mineradora de exploração de Sal-gema da empresa Braskem, com diversos bairros em risco de afundamento do solo.

São cerca de 14.543 imóveis vulneráveis ao deslocamento. Especialistas alertavam que a tragédia era iminente e maior do que se anunciava há mais de dez anos atrás.

Neste exato momento milhares de famílias precisam abandonar suas casas sem terem para onde ir. A sede de lucro dos capitalistas da Braskem de mãos dados com negligência de seus governantes, agora apela para coerção da polícia.

Para além da catástrofe ambiental por si mesma, a população trabalhadora e pobre é a mais gravemente atingida. No relato dos moradores é evidente o desespero de estar entre o desalojamento ou o desmoronamento e a coerção policial.

É o caso do barbeiro Alex Leite. "De imediato a gente fica assim, não sabe o que vai fazer. Pra gente que é trabalhador é só tirar o necessário. Vamos tirar uma geladeira, um fogão e é isso? E o que eu construí fica pra trás? Assim, a gente queria que nos preparassem" - disse em uma entrevista.

Os moradores enfrentaram também a liberação de cloreto de sódio pela usina, o que obrigou 55 mil de maceioenses a abandonarem suas casas, com mais de 17 mil imóveis sendo esvaziados e milhares de desabrigados. Além disso, um hospital teve que ser evacuado às pressas.

Leia também: Crise ambiental

Não podemos aceitar qualquer tipo de repressão e violência policial frente a essa tragédia capitalista. É preciso garantir de imediato emergencialmente moradias dignas a todas as famílias que fiquem desabrigadas, custeada pela desapropriação imediata da Braskem.

É preciso lutar pela estatização da mineradora sob gestão de trabalhadores e controle popular, atacando os lucros capitalistas, com os próprios trabalhadores da Braskem controlando um processo de transição ecológica que supere esse modelo predatório de mineração, para que os recursos sejam extraídos de acordo com as necessidades e interesses da população trabalhadora brasileira, em consonância com a preservação ambiental e das populações locais.

O único caminho que pode ser seguido para findar o uso do meio ambiente a serviço dos lucros é batalhar por uma resposta operária aos problemas colocados, partindo da organização da população trabalhadora de toda a região para exigir condições básicas de se proteger do risco colocado.




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