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Conciliação de classes | Reforma Ministerial de Lula pode entregar programas bilionários para o Centrão, favorecendo mais a direita

Conforme governo Lula tenta atrair mais partidos do Centrão para a base aliada, especialmente o PP de Arthur Lira, programas com orçamentos bilionários são colocados na mesa de negociação, à disposição dos inimigos dos trabalhadores

terça-feira 5 de setembro de 2023 | Edição do dia

As negociações para a entrega do Ministério do Desenvolvimento Social ao Centrão, como parte da primeira reforma ministerial do governo Lula, que favorece ainda mais a ala mais reacionária do Congresso, pode resultar na ida de programas como o Benefício de Prestação Continuada e o Bolsa Família para o partido de Arthur Lira. No mesmo sentido, Lula tem acenado positivamente à reforma administrativa – ataque histórico aos direitos do funcionalismo - e a possíveis novos cortes orçamentários, embalsamados por Lira e com o aval do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em meio a desacordos sobre a reorganização, principalmente com o PSB de Márcio França ao redor da pasta de Portos e Aeroportos, Lula tenta atrair o PP para a base do governo, com a possível entrega de pastas chave. Essa medida mostra como o Lula e o PT estão dispostos a abrir caminho para partidos reacionários e de direita, dando cada vez mais poder a esses inimigos dos trabalhadores, assim como a recente aprovação na convenção do PT de coligações até com o PL de Bolsonaro nas próximas eleições municipais.

Segundo reportagens, a cúpula do Planalto cogita se retira ou não o benefício - que goza de um suntuoso orçamento, chegando a R$ 70 bi em 2022 e já responsável pelo repasse de aproximadamente R$ 40,8 bilhões em benefícios sociais entre janeiro e junho deste ano - da pasta, que provavelmente iria para André Fufuca (PP-MA). Uma parte defende retirar apenas o Bolsa Família, que é a bandeira do PT, deixando o BPC como uma espécie de "prêmio de consolação" para o Centrão.

Tudo isso mostra como não é possível confiar na conciliação promovida pela Frente Ampla de Lula/Alckmin, que quer entregar programas sociais e orçamentos bilionários para partidos reacionários e inimigos dos trabalhadores. É essa política de conciliação de classes que fortalece e abre espaço para a extrema-direita. É preciso batalhar por uma política independente, construída em cada local de trabalho e estudo, que enfrente toda a herança da direita e também os ataques colocados pelo governo. Apenas a força da classe trabalhadora pode ter força para barrar esses ataques e impor que os capitalistas paguem pela crise.




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