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Greve Histórica da UAW | Trabalhadores de montadoras da United Auto Workers planejam maior greve de trabalhadores ativos dos EUA em 25 anos

97% dos trabalhadores que votaram apoiaram a autorização de greve no caso de as negociações não resultarem em acordo até esta quinta (14). Se isto se efetivar, a greve da UAW se somará às outras categorias envolvidas nas 270 greves nos Estados Unidos só em 2023.

quarta-feira 13 de setembro de 2023 | Edição do dia

Os 150.000 membros do United Auto Workers (UAW) deverão suspender a produção a partir de 15 de setembro se as empresas não realizarem as exigências sobre salários, pensões, redução do horário de trabalho e sindicalização.

Os 150.000 membros do UAW deverão suspender a produção a partir de 15 de setembro se as empresas não realizarem as exigências sobre salários, pensões, redução do horário de trabalho e sindicalização. Os membros do United Auto Workers (UAW) concordaram, por esmagadora maioria, em autorizar o sindicato a convocar greves na General Motors (GM), Ford e Stellantis, nos EUA, caso não se chegue a acordo sobre um novo contrato coletivo de trabalho.

De acordo com os dados provisórios fornecidos pelo sindicato, 97% dos trabalhadores que votaram apoiaram a autorização de greve no caso de as negociações em curso com os três principais fabricantes dos EUA não resultarem num acordo até 14 de setembro, data em que expira o atual acordo.

Se isto se efetivar, a greve da UAW se somará às outras categorias envolvidas nas 270 greves que os Estados Unidos registraram só em 2023, como a greve dos atores e roteiristas de Hollywood, faxineiras de hotéis, atendentes das redes Starbucks e McDonald’s e funcionários de hospitais.

O presidente do sindicato, Shawn Fain, disse na sexta-feira que "tudo o que estamos a tentar fazer com isto é preparar toda a gente para o caso de termos de agir para conseguir um acordo justo”.

Em meados de julho, o UAW iniciou negociações com a GM, a Ford e a Stellantis para um novo acordo coletivo de trabalho que irá reger as relações laborais de cerca de 146.000 trabalhadores nos próximos quatro anos.

Após anos de concessões em que os Três Grandes de Detroit (como são conhecidos os três fabricantes de automóveis) obtiveram centenas de milhares de milhões de dólares de lucros, Fain afirmou.

Foi de fato a direção sindical que, com negociações por baixo, cedeu durante anos às empresas e abdicou de conquistas e direitos dos seus trabalhadores. Fizeram com a desculpa da “manutenção dos postos de trabalho”, mas isso não impediu que as empresas reduzissem os seus efetivos ao mesmo tempo que precarizavam as condições de trabalho.

Hoje, depois da pandemia de covid-19 em que os funcionários continuaram a trabalhar mesmo em condições inseguras e com uma inflação sem precedentes nas últimas décadas, os 146 mil trabalhadores pressionaram o sindicato por melhorias que se expressam no voto esmagador de entrar em greve se a empresa não aceitar as reivindicações.

Assim, o UAW abriu as negociações com a exigência de um aumento salarial de 46% em quatro anos, o restabelecimento das pensões tradicionais (que tinham sido eliminadas nas negociações anteriores), a redução do horário de trabalho e a sindicalização dos trabalhadores das fábricas de produção de baterias. O UAW tem mais de 825 milhões de dólares no seu fundo de greve, o suficiente para pagar aos seus 150.000 membros 500 dólares por semana durante quase três meses.

Se isso acontecer, será a maior greve de trabalhadores ativos do país em 25 anos. A GM estimou o custo da greve de seis semanas do UAW em 2019 em US$ 2,9 bilhões. Já o Anderson Economic Group estima que uma greve nas três empresas representaria um impacto de US$ 5 bilhões na economia em apenas 10 dias.




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