Um elemento que está chamando atenção é como está escancarado o caráter de classe da justiça do trabalho de São Paulo ao expor suas garras aos trabalhadores mobilizados contra o governo direitista de Tarcísio de Freitas.
terça-feira 3 de outubro de 2023 | Edição do dia
O tribunal do trabalho não poupou medidas anti-greve: tentaram impor que os metroviários garantissem 100% da operação nos horários de pico, 80% durante os horários de menor circulação e multa de meio milhão de reais.
Qual o sentido de uma greve se os trabalhadores são obrigados a comparecerem aos postos de trabalho? Onde está a garantia do direito de greve?
Por mais absurdo que pareça, uma das condições que o Tribunal do Trabalho de São Paulo colocou para que a greve unificada fosse considerada “legal” foi de que os metroviários garantissem o funcionamento total dos serviços durante os horários de pico. Além disso, também precisariam garantir 80% de funcionamento no horário de menos circulação (chamado de horário de vale), sob pena de multa de meio milhão de reais.
Vale lembrar que via de regra a justiça atua como um instrumento da burguesia, e essa chuva de chantagens contra os grevistas só escancara o seu caráter de classes, mostrando que está presente na hora de reprimir a luta dos trabalhadores. Atuando no sentido de assegurar o projeto burguês de privatizando dos serviços públicos, a justiça coloca a população à mercê de um punhado de empresários que lucram cada vez mais às custas da precarização dos serviços e da precarização da vida.
Por isso defendemos o direito legítimo dos trabalhadores fazerem greve. Temos que recorrer a história para rememorar que nenhum direito nos foi dado, conquistamos com nossa luta e mobilização. Por isso não podemos abrir mão dos nossos métodos históricos por causa de ameaças como as da justiça de São Paulo.
Apesar da aposta de Tarcísio em aliança com a justiça de SP, a força da greve nas categorias e o amplo apoio da população sinaliza a relevância desta mobilização.
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