Após bombeiros conterem o fogo que se alastrou em parte da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, no sudeste da Ucrânia, a Agência Internacional de Energia Atômica disse que não há sinal de vazamento radioativo, os equipamentos essenciais da usina e os reatores não foram afetados pelo fogo e não há variação nos níveis de radiação.
sexta-feira 4 de março de 2022 | Edição do dia
Foto: reprodução
Após bombeiros conterem o fogo que se alastrou em parte da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, no sudeste da Ucrânia, a Agência Internacional de Energia Atômica disse que não há sinal de vazamento radioativo, os equipamentos essenciais da usina e os reatores não foram afetados pelo fogo e não há variação nos níveis de radiação.
De acordo com o diretor da agência, Rafael Grossi, o ataque atingiu um prédio de treinamento dos funcionários e os reatores nucleares não foram afetados. Zaporizhzhia foi construída entre 1984 e 1995 e é a maior usina nuclear na Europa e a 9ª do mundo.
A AIEA disse que essa é a primeira vez que há uma guerra em um país que tem uma rede de energia nuclear grande e estabelecida. Há seis reatores, cada um pode gerar cerca de 950 Megawatts — no total, são cerca de 5,7 Gigawatts (como comparação, a usina hidrelétrica de Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai, tem capacidade instalada de 14 Gigawatts). Só essa usina é responsável um quinto da eletricidade do país e metade de toda a geração nuclear. A Ucrânia tem quatro usinas nucleares que, somadas, possuem 15 reatores.
Órgãos ucranianos afirmam que a Rússia tomou a usina após o ataque, enquanto Moscou afirma que se tratou de ataque vindo de setores provocadores ucranianos e que a usina estava sob o controle russo desde o dia 28 de fevereiro.
A guerra entra em seu 9° dia, com o avanço das tropas russas sobre o território ucraniano e a ofensiva internacional dirigida pela OTAN, sendo a investida nos últimos dias do militarismo europeu um fator que escala ainda mais o conflito.
As cenas da devastação de cidades, o saldo já na casa dos milhares de mortos e mais de 1 milhão de refugiados da Ucrânia, segundo a ONU, são mostras da brutalidade da guerra que condena a maioria da população e a classe trabalhadora ucraniana.
O ataque a Zaporizhzhia mostra mais uma face terrível dessa guerra e, apesar de não ter evoluído para uma catástrofe nuclear, relembra os altos riscos humanos e ambientais dessa empreitada, bem como a irracionalidade capitalista beligerante, para a qual não há qualquer preocupação humanitária. E nesse cenário do horror capitalista, são as mulheres e meninas, bem como a população negra, os que sofrem duplamente a barbárie da guerra e a opressão. Por isso, rumo ao dia internacional das mulheres neste 8 de março, é preciso que as marchas tenham um decidido grito contra a guerra da Ucrânia.
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A classe trabalhadora e povos oprimidos do mundo devem se solidarizar a Ucrânia e promover uma decidida mobilização internacional contra a guerra, defendendo a imediata saída das tropas russas, o fora OTAN da Europa Oriental e não ao rearmamento imperialista!