Como parte da lembrança do dia de luta dos aposentados, acontecido em 24/01, o Esquerda Diário entrevistou importantes petroleiros ativistas aposentados para dar voz a essa parcela da categoria e contribuir para que novas gerações conheçam as tradições de luta de sua própria categoria e classe, bem como para apontar as importantes dificuldades que passam os aposentados e que exigem uma luta unida entre ativa e aposentados, pensionistas e anistiados.
sexta-feira 26 de janeiro | Edição do dia
No dia 24, centenas de petroleiros tomaram a Avenida Henrique Valadares, em frente ao Edisen para denunciar os violentos cortes impostos às aposentadorias e ainda o abusivo desconto dos trabalhadores no plano de saúde. Veja a cobertura do Esquerda Diário sobre essa manifestação.
Os aposentados, pensionistas e anistiados petroleiros tem longa história de luta. Histórias de seu tempo na ativa, mas também enquanto aposentados lutando contra a privatização da Petrobras, participação em outras lutas da classe trabalhadora. Essas trabalhadoras e trabalhadores desempenham um papel crucial em denunciar a precarização e privatização do plano de saúde AMS, os descontos da Petros, a denúncia das medidas neoliberais de conceder (eventualmente) aumentos em renda variável e não no salário base para ativa para que os petroleiros aposentados não tenham seus salários reajustados. Diante de tantos cortes e falta de reposição salarial muitos aposentados têm relatado contracheques da Petros zerados. Essa política, chamada por muitos petroleiros como assassina, levando a sofrimentos e até mesmo suicídios, segue sendo implementada pela empresa no Governo Lula, sendo novamente defendida com afinco pela FUP e por seus novos apoiadores da Resistência Petroleira (ligada ao PSOL) que atuam em prol da divisão de ativos e aposentados.
É preciso lutar contra esses descontos abusivos, mas também de forma muito mais estratégica lutando pela unidade de ativos e aposentados, bem como efetivos e terceirizados e todas demais divisões que a empresa busca criar entre os trabalhadores. Esta divisão e submissão dos interesses da categoria aos interesses da FUP, da empresa e do governo é um dos motivos que impulsionou a existência do “Manifesto em Defesa do Sindipetro-RJ: Independência de Verdade e Unidade para Lutar”. Promovem o manifesto, diversas correntes e centenas de ativistas, incluindo o Movimento Nossa Classe e os entrevistados deste dossiê. Chamamos também, os leitores a conhecerem e apoiarem.
É um problema estratégico para a classe trabalhadora conhecer suas histórias, aprender com gerações passadas que legaram a novas gerações não somente conquistas, mas tradições e lições que nos servem para pensar nossa atuação hoje. Não podemos, nem precisamos, começar do zero a cada momento, mas partir das experiências do passado. Com esse objetivo, bem como para dar voz a aposentados que o Esquerda Diário fez 3 entrevistas com conhecidos ativistas petroleiros aposentados.
Leia nos links as seguintes entrevistas:
“É possível ser aliado ao patrão?”, entrevista com Sílvio Sinedino, reconhecida liderança petroleira que foi diversas vezes diretor do Sindipetro-RJ e mais de uma vez membro eleito pelos trabalhadores ao Conselho Fiscal da Petros
“Comecei com uma luta assim, bem feminina, por creche, por igualdade. E dali comecei a me engajar, entrevista com Fabíola Mônica, ativista conhecida como liderança da luta dos anistiandos da Petrobras, que já foi diretora do Sindipetro-RJ e foi parte da luta por recuperar o sindicato das mãos dos interventores da ditadura militar
“O que vocês fizerem hoje pelos aposentados e pensionistas estarão fazendo por vocês”, entrevista com Roberto Ribeiro, conhecida liderança de aposentados, diretor da FNP, diversas vezes diretor do Sindipetro-RJ e membro eleito pelos trabalhadores ao Conselho Deliberativo da Petros