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Greve da USP | Diretoria autoritária ataca greve da Escola de Enfermagem da USP ameaçando fechar unidade do bandejão

Em ataque ao direito de greve, diretora autoritária, Vilanice Alves de Araújo Püschel, da Escola de Enfermagem e a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) da USP seguem a esteira do reitor Carlos Carlotti e do diretor da FFLCH Paulo Martins, ameaçando fechar a unidade do bandejão da faculdade.

terça-feira 26 de setembro de 2023 | Edição do dia

Nesta segunda-feira (25), recebemos a seguinte denúncia:

"Olá, gostaria de compartilhar uma situação que está ocorrendo em uma universidade pública. Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) estão atualmente em greve, buscando a contratação de docentes, melhorias na permanência estudantil, entre outras melhorias.

Especificamente na Escola de Enfermagem da USP, a direção está ameaçando fechar o restaurante universitário (bandejão), como uma medida de pressão para encerrar as paralisações. Essa ameaça parece privar os alunos de um direito básico, numa aparente tentativa de coerção para por fim às manifestações.

Uma observação é que a USP foi eleita a melhor da América Latina. Melhor para quem? A melhor universidade está sendo constantemente sucateada, pois representa um local de muita potência. E, os alunos da EEUSP estão sendo ameaçados de ficar sem alimentação, por conta das paralisações".

Segundo informações dos estudantes, a enfermagem foi o instituto que mais perdeu no quadro de funcionários, de maneira proporcional, e mesmo com os planos apresentados de contratação só teriam 75% do quadro de 2014. Mesmo com um quadro técnico-administrativo reduzido o plano é contratar apenas 5.

Essas são demandas que os estudantes da USP que se encontram em greve apontam, contra diretamente os impactos dos ataques herdados pelos governos do golpista Temer, de Bolsonaro e os reacionários governos estaduais de São Paulo, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) - incluindo aqui também o atual vice-presidente, do atual governo Lula, Geraldo Alckmin. A situação de precarização da melhor universidade da América Latina é intensa, colhendo os amargos frutos das reformas, cortes na educação, em bolsas de pesquisa, em verba discricionária, em desvalorização do trabalho docente, técnico-administrativo, em perpetuação de trabalho precário terceirizado. Habilitações das Letras como Japonês, Coreano e Russo serão fechadas, como resultado da implementação da Reforma do Ensino Médio, e também habilitações das Ciências Médicas, como Obstetrícia. É a isso que respondem à altura e bravamente os estudantes da USP, contra a precarização da universidade, tendo assembleia de 600 na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e de 300 na Escola Politécnica (engenharias) aprovando adesão à greve.

O diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) já havia tomado uma medida autoritária contra os estudantes, fechando os prédios da faculdade no primeiro de dia de mobilização, dizendo que era para impedir "dano ao patrimônio público", situação na qual os estudantes apontaram que essa "depredação" é causada justamente pelos ataques dos governos. Agora, a diretoria da Escola de Enfermagem e a PRIP estão seguindo essa linha e ameaçando cortar a alimentação dos estudantes, em nítida chantagem.

Veja também: Contra a precarização das universidades, a greve da USP mostra o caminho: Por uma paralisação nacional!

Essa medida autoritária, além de atacar os estudantes, visa dividir uma unidade que pode se mostrar muito potente, que é a unidade entre trabalhadores e estudantes, querendo colocar os trabalhadores do bandejão contra a greve dos estudantes. Mas os trabalhadores já atuam na contramão desse autoritarismo, com apoio e paralisação conjunta na universidade, assim como de docentes.

Os funcionários dos Restaurantes Universitários são em sua maioria são trabalhadores terceirizados sem diversos direitos e com um salário insuficiente, ou, no caso específico do Bandejão Central, trabalhadores efetivos, em sua maioria idosos e com comorbidades (devido ao trabalho repetitivo e mecânico), estão com uma sobrecarga de trabalho imensa, visto que estão trabalhando com um quadro de funcionários reduzido porque não há reposição de funcionários desde 2011.

Foi nesse sentido que os estudantes aprovaram em Assembleia Geral na terça-feira passada apoio ao Manifesto Contra a Terceirização e a Precarização do Trabalho, encabeçado pelos professores Souto Maior, da Faculdade de Direito da USP, Ricardo Antunes, do IFCH-Unicamp, e por Diana Assunção, trabalhadora da USP e fundadora do Pão e Rosas no Brasil, um manifesto contra as precárias condições de trabalho dos terceirizados, de trabalhadores uberizados, levantando discussões como a efetivação dos terceirizados e o fim da reforma trabalhista.

Confira o Editorial do MRT: O caminho da unificação das lutas pela base em São Paulo para derrotar os ataques sem conciliação




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