Confira a declaração de Carolina Cacau, professora da Rede Estadual do Rio de Janeiro e militante do Movimento Nossa Classe, em apoio à greve da enfermagem e em repúdio à declaração do secretário de saúde Soranz.
sexta-feira 21 de julho de 2023 | Edição do dia
As e os trabalhadores da enfermagem seguem em todo o país sem receber o pagamento de seu piso salarial, conquistado com muita luta e recentemente golpeado pelo STF, inimigo dos trabalhadores, a serviço dos tubarões da saúde privada. É frente a isso que a enfermagem do Rio de Janeiro está em greve, lutando pelo pagamento do piso e contra a absurda imposição de carga horária pelo Supremo Tribunal Federal bem como a vergonhosa tentativa do governo estadual de manter o salário-base abaixo do mínimo da categoria, e usando de desculpa de que, somado com os adicionais, o valor seria suficiente. Essa greve, que engloba enfermagem das redes municipal, estadual e federal, sofreu hoje mais um absurdo ataque, vindo do secretário de saúde de Eduardo Paes, Daniel Soranz, que afirmou em seu Twitter que a greve seria "absurda" e que pretendia recorrer à justiça, para declarar ilegal a luta dos trabalhadores! Hoje (21/07), o dia foi marcado por uma forte manifestação que andou do Hospital Federal de Ipanema até a casa de Daniel Soranz para exigir uma resposta.
Sobre esse ataque autoritário e descabido, comentou Carolina Cacau, professora da rede estadual e que participou da greve da categoria, também por seu piso salarial:
"É um absurdo que a prefeitura de Eduardo Paes, na figura do secretário de saúde Soranz, ataque a enfermagem - uma categoria majoritariamente feminina e negra, que não parou na pandemia - por sua luta por uma demanda mais do que legítima, que é seu piso salarial! Por todo o país, trabalhadores da enfermagem ainda aguardam mês após mês, o recebimento desse que é um direito básico, mesmo após arrancarem com a força de sua luta não só a aprovação da lei, como das verbas para custeá-la. Seguem tendo esse direito negado, agora graças ao STF, pelas mãos de Barroso, inimigo da enfermagem! Assim como nós na rede estadual nos enfrentamos com o Castro em uma greve duríssima, também pelo nosso piso salarial, nos colocamos em total apoio à luta da enfermagem pelo piso e contra os ataques dos governos, do judiciário e das OSs e empresas! Reforçamos nossa solidariedade e a importância de estar lado a lado com os trabalhadores na luta contra os ataques e por seus direitos!"
