Após os trabalhadores terceirizados da Petrobrás de Canoas, de setor de manutenção, recusarem a proposta elaborada entre justiça e patronal, um juiz emitiu uma liminar declarando a greve "abusiva" e anunciou a aplicação de multa individual de R$ 200 por dia para cada grevista.
sábado 4 de fevereiro de 2023 | Edição do dia
É isso mesmo que você leu! Um grande absurdo. A cobrança de multa individual só é possível no país da reforma trabalhista e previdenciária, onde os trabalhadores perdem seu direito de greve e são ameaçados pela justiça que está ao lado do patrão. Trata-se do desembargador Ricardo Martins Costa, vice-presidente do TRT-4, que do alto de seus privilégios decidiu atacar o direito de greve legítimo dos trabalhadores. A verdade é que o judiciário é especialista em caçar direito dos trabalhadores.
Esses trabalhadores lutam por receberem pelo menos o que outros trabalhadores da Petrobrás recebem em outros locais do país, pois na REFAP é onde pagam o menor salário para a função. Além disso, reivindicam direitos básicos como a equiparação dos vencimentos mensais, ajuda de custos para quem vem de longe, reembolso do vale-transporte, vale-refeição e participação nos lucros e resultados da empresa.
Foram dois dias seguidos de paralisação (30 e 31 de fevereiro) e nesta última sexta-feira (03) rejeitaram a proposta acordada entre patronal e justiça e, por não terem suas reivindicações atendidas, decretaram greve. Segundo o desembargados, a greve tomou "contornos abusivos". Veja a declaração emitida pela empresa terceirizada ameaçando os trabalhadores:
O verdadeiro "desprezo", assim como os "contornos abusivos", ocorrem por parte da patronal e da justiça, que precarizam a vida milhares de trabalhadores, negando direitos básicos e pagando menos do que em outros locais. Tudo isso enquanto os acionistas internacionais engordam suas contas bancárias. Nessa segunda-feira (06), ocorrerá uma nova reunião com o TRT-4 para retificar a liminar autoritária.
Por tudo isso, nós do MRT e do Esquerda Diário seguimos apoiando a luta dos trabalhadores terceirizados da Petrobrás. Abaixo à medida abusiva do TRT-4! É necessário que a CUT, central sindical ligada ao sindicato da categoria, convoque uma ampla mobilização para que demais setores de trabalhadores e também de juventude passem ao apoio ativo aos trabalhadores, cercando de toda solidariedade necessário. A terceirização é a garantia da precarização do trabalho, por isso defendemos a efetivação sem necessidade de concurso de todos esses trabalhadores.
